sexta-feira, 28 de maio de 2010

INFLUÊNCIA HIPÓCRITA

Vemos nesses dias as articulações do governo Lula e a Turquia, se envolvendo numa questão tão delicada quanto antiga no cenário internacional, que seria a guerra de influência no Oriente Média, claramente e sempre liderada pelos EUA. É importante entender se é interessante o Brasil colocar em risco sua ascendência política no mundo, tentando mediar o irremediavel problema iraniano, mas, também é importante entender quais são os interesses nesse jogo. Acredito que o Brasil não precisava se expor tanto dentro desse cenário, visto que o próprio Irã não demonstra ser confiavel com relação a acordos passados. Todavia, o fato é que para os EUA e os outros aliados da ONU, há um despreso claro a qualquer tentativa de entrada de outro país nesse nível de influência, simplesmente não é aceito que um emergente pense por sí, tenha ousadia, queira colocar as mangas de fora. O comportamento de subserviência deve ser mantido a todo custo, com alguns falsos afagos para que o emergente se sinta notado, aparentemente valorizado, mas, sem nenhuma ação que o eleve a um nível de respeito notório. A política americana é de liberdade e democracia desde que todos pensem como eles, ou melhor, que aceitem pensar exatamente o que eles mandarem. Nesse momento existem vários interesses que são colocados em jogo, assim, muitos integrantes de peso acabam acuados por um ou outro motivo e sucumbem as suas próprias necessidades. Não sou contra o patrulhamento do Irã e as exigências a ele impostas, mas, e quanto aos outros países com situações parecidas, inclusive na mesma região?
O Paquistão vive conflitos fortes com o terrorismo diariamente, tem problemas com os visinhos indianos, tem notadamente dado casa a muitos grupos terroristas e possui bomba atômica, mas, não me parece haver preocupação com o seu arsenal, por ser aliado direto americano. Mas, principalmente Israel detem ogivas nucleares, tecnologia de bomba atômica desde os anos 70 e nunca teve suas instalações vistoriadas por algum órgão regulador. Qual seria o motivo, se não fosse a extrema proteção americana aos programas judeus? No entanto, quando há algum conflito na Faixa de Gaza, a matança de civis e absurdamente implementada em nome da proteção contra o terrorismo. Não são respeitados quaisquer pedidos da Onu ou outros paises para que se contenha a matança, e não se impõe embargo algum nos judeus, não se cobra responsabilidade alguma pelos seus atos na região. Há uma vitalícia "Licenca Para Matar" dada aos judeus pela "fraca" ONU e seus principais integrantes. O desarmamento deve ser buscado de forma unilateral, sem parcialidades ou interesses, porque qualquer ação fora dessa premissa será hipocria plena.
Diante dessa realidade, países como o Brasil tem sim o direito de se meter nesse problema, pelo simples fato de se submeter aos acordos assinados, mas, também para mostrar um novo viés de liderança. Não pode haver um dono da verdade, deve haver uma junção de forças, sem vaidades políticas ou interesses comerciais. O que está em jogo é muito maior do que um acordo comercial ou político, é o futuro das relações internacionais. Temos que combater sempre a prepotência dos gigantes e a subserviência dos pequenos, proclamar direitos, inclusive de ter opinião diferente da dos norte-americanos. A postura brasileira pode até ter um carater ingênuo dentro desse cenário tão negativo para acordos, mas, é sem dúvida alguma, uma postura legítima e digna de respeito.

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